O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (6) que o gabinete de guerra do país decidiu continuar com a operação militar na cidade de Rafah, onde mais de um milhão de palestinos estão refugiados.
“O gabinete de guerra decidiu por unanimidade que Israel continue a operação em Rafah para exercer pressão militar sobre o Hamas, a fim de avançar na libertação dos nossos reféns e nos outros objetivos da guerra”, pontuou o gabinete de Netanyahu em comunicado.
Enquanto isso, os militares israelenses afirmaram que estão conduzindo ataques direcionados contra o grupo armado no leste de Rafah. Mais cedo, o Exército de Israel alertou para que civis saiam da cidade.
Além disso, o Hamas anunciou nesta segunda que aceitou uma proposta do Egito e do Catar para cessar-fogo e libertação de reféns.
Israel ainda não concordou com a proposta, mas Netanyahu afirmou que enviará uma delegação para negociar o acordo que o Hamas aceitou.
“Paralelamente, embora a proposta do Hamas esteja longe das exigências necessárias de Israel, Israel enviará uma delegação de trabalho aos mediadores, a fim de chegar a um acordo em condições aceitáveis para Israel”, afirmou.
Hamas aceita proposta de cessar-fogoO chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, ligou para mediadores para informar que o grupo armado aceitou uma proposta para um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns feita pelo Catar e pelo Egito.
Não está claro se o Hamas concordou com a proposta desenhada na semana passada, ou uma versão revisada dela.
Uma fonte diplomática familiarizada com as discussões disse à CNN que, depois de uma reunião em Doha, capital do Catar, entre o diretor da CIA, a agência de inteligência dos EUA, William Burns, e o primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, os mediadores convenceram o Hamas a aceitar um acordo de três fases.
Os Estados Unidos ressaltaram que estão analisando a resposta do Hamas, enquanto o presidente da Turquia pediu que Israel aceite o acordo.
Relatos de ataques em RafahAlgumas famílias palestinas começaram a sair de Rafah após receberem mensagens de texto em árabe, telefonemas e panfletos indicando para irem onde os militares israelenses chamaram de “zona humanitária expandida”, a 20 km de distância.
Algumas empilharam crianças e pertences em carroças de burro, enquanto outras partiram de caminhonete ou a pé por ruas lamacentas.
Houve relatos de ataques aéreos mais cedo nesta segunda.
“Está chovendo muito e não sabemos para onde ir. Tenho me preocupado com a possibilidade de que esse dia chegasse, agora tenho que ver para onde posso levar minha família”, disse um refugiado, Abu Raed, à Reuters por meio de um aplicativo de bate-papo.
Uma autoridade sênior do Hamas afirmou que a ordem de retirada era uma “escalada perigosa” que teria consequências.