A ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, pode ter falecido por conta de um edema cerebral, que teria causado uma parada cardiorrespiratória na empresária. É o que aponta o documento de entrada de Djidja no Instituto Médico Legal de Manaus, datado às 10h15 do dia 28/05.
O laudo completo do IML deve ficar pronto em 30 dias. Nele, haverá o esclarecimento se o edema foi causado por overdose na utilização de medicamentos veterinários. A mãe e o irmão de Djidja, além de três funcionários do salão de beleza de sua propriedade, estão presos.
O dono da clínica veterinária onde a família de Djidja comprava os produtos, deve comparecer a uma delegacia de Manaus nesta terça-feira (04) para prestar depoimento. Ele havia sido alvo de busca e apreensão da polícia.
DepoimentosEm depoimento à polícia, uma ex-namorada de Ademar Cardoso, irmão de Djidja, relatou já ter utilizado ketamina e potenay, medicamentos veterinários, com ele e com a mãe dele, Cleusemar Cardoso, também mãe de Djidja. Ela relatou que, em algumas ocasiões, chegou a ser abusada sexualmente por Ademar durante o uso das drogas.
Em outro depoimento, a atual namorada de Ademar disse aos policiais que também fez utilização dos medicamentos. Essa, segundo este depoimento, era uma exigência de Cleusemar, mãe de Ademar e Djidja, para que aceitasse a frequência dessa atual namorada em sua residência. Era uma forma de “purificação”.
”São doentes”A advogada de Cleusemar Cardoso e Ademir Cardoso, mãe e irmão de Djidja Cardoso, disse que os dois “são doentes”. A declaração foi dada na frente da dele já onde os dois estão presos por suspeita de envolvimento na morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido.
Lidiane Roque, que assumiu a defesa dos dois suspeitos, disse que a linha de defesa será atestar a incapacidade mental dos familiares de Djidja, pelo fato de serem usuários de alguns tipos de drogas. No mandado de prisão, a justiça elenca tráfico de drogas como um dos possíveis crimes apontados contra Cleusimar e Ademir.
Entenda o casoDilemar Cardoso Carlos da Silva, Djidja, como era conhecida, morreu aos 32 anos na casa em que vivia, no bairro Cidade Nova, em Manaus. Ela era uma das principais personagens, a Sinhazinha, do Boi Bumbá Garantido na festa de Parintins.
Outros familiares da ex-sinhazinha acusam as pessoas mais próximas a ela de praticar crimes na casa da vítima, inclusive que faziam ‘rituais’ com substâncias ilícitas. Cleomar Cardoso, tia de Djidja, acusou os indiciados de negar socorro à vítima e incentivar seu vício em drogas.
“A Djidja morreu por omissão de socorro por parte da mãe dela e da turma do Belle Femme de Manaus. A casa dela na cidade nova se tornou uma Cracolândia. Toda vez que tentávamos internar a Djidja, éramos impedidos pela mãe e pela quadrilha de alguns funcionários que fazem parte do esquema deles. A mãe dela sempre dizia pra nós não interferirmos na vida deles e que ela sabia o que estava fazendo, ficamos de mãos atadas. E está do mesmo jeito lá, todos se drogando na casa dela”, diz um trecho da publicação no Facebook de Cleomar.