A primeira tempestade nomeada da temporada de furacões no Atlântico de 2024 deixou quatro mortos, incluindo três crianças, segundo autoridades mexicanas. A tempestade Alberto enfraqueceu para uma depressão tropical à medida que se move para o interior do nordeste do México.
O sistema leva chuvas fortes e inundações para a região.
O governador do estado mexicano de Nuevo Leon disse à mídia local na noite de quarta-feira (19) que pelo menos três pessoas com menos de 18 anos morreram devido à tempestade.
Na manhã desta quinta-feira (20), a proteção civil havia relatado uma quarta morte devido a um choque elétrico, informou a mídia local mexicana.
Uma das vítimas foi posteriormente identificada pelos serviços de emergência como um menino de 15 anos arrastado por uma corrente nos arredores de Monterrey, a terceira maior cidade do México no estado de Nuevo León, onde o rio Santa Catarina inundou.
A tempestade, no entanto, trouxe chuvas muito necessárias em partes do México, onde alguns dos reservatórios tiveram níveis de água tão baixos quanto 8% devido a uma seca prolongada e uma onda de calor no verão.
Brett Anderson, meteorologista sênior da AccuWeather, disse que o calor extremo e a seca vividos pelo México se tornarão mais normais devido às mudanças climáticas, citando temperaturas acima da média histórica na capital, Cidade do México.
Prevê-se também que as alterações climáticas contribuam para mais tempestades no Atlântico nesta temporada de furacões, uma vez que as águas oceânicas mais quentes permitem que tempestades se intensifiquem mais rapidamente.
O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) disse que a tempestade continuará a trazer fortes chuvas e inundações em partes do nordeste do México, provavelmente produzindo “inundações urbanas repentinas consideráveis” e deslizamentos de terra possivelmente fatais.
Grande parte da costa do Texas também poderá continuar a sofrer inundações moderadas, segundo o serviço meteorológico.
A tempestade tocou o solo, nesta quinta-feira (20), perto da cidade mexicana de Tampico e está se agitando em direção ao oeste do país a 30 km/h, com ventos de até 55 km/h, disse o NHC.
Mortes após fortes chuvas na América CentralOs meteorologistas alertaram que a Alberto, que trouxe chuvas e tempestades no Golfo do México, também estava interagindo com formações no Pacífico, lançando mais chuvas na América Central e causando inundações e deslizamentos de terra.
Pelo menos 25 mortes foram relatadas na América Central desde que fortes chuvas atingiram o continente no fim de semana passado.
Cerca de 17 morreram em El Salvador, oito na Guatemala e um nas Honduras, onde as autoridades afirmaram que mais de 900 pessoas foram retirada das suas casas.
As autoridades da Guatemala afirmaram, nesta quinta-feira (20), que 370 pessoas permaneciam em abrigos temporários e que quase 300 casas sofreram graves danos.
“A crise climática está tornando os eventos climáticos extremos, como furacões e tempestades tropicais, mais frequentes e severos”, disse a conselheira regional da Save the Children, Moa Cortobius.
“Cerca de 35 milhões de crianças vivem em áreas expostas e estão em risco nesta temporada no Atlântico”, acrescentou Cortobius.